TURISMO: Opção Sem Fronteiras

Tópicos Especiais

Artigos


Região Araguaia

Este artigo faz parte de uma pesquisa realizada sobre a Região Araguaia. Clique no link para que seja aberto o documento em formato de revista. Após ler, você pode baixá-lo no formato PDF. Clique aqui: Região Araguaia.

___________________________________________________________________________________________

TURISMO E MEIO AMBIENTE

Robson Junior Hartmann – 12/11/09
Bacharelando em Turismo

O Turismo tem caminhado juntamente com a humanidade em suas conquistas e avanços, quer seja na migração original dos homens a procura de terras, quer seja no deslocamento para assistir aos jogos olímpicos na antiga Grécia, ou então nas viagens de saúde nos primeiros séculos depois de Cristo ou no “Grand Tur” feito pelos estudantes da Idade Média.

Atualmente este setor tem se expandido e ganhado seu reconhecimento como gerador de emprego e distribuidor de renda. A popularização do Turismo, ocorrida principalmente a partir da dec. de 70, desenvolveu o que é chamado hoje de “Turismo de massa”, e consequentemente, com este crescimento veio discussões e acusações que esta indústria, como a que ela tem sido a principal causa dos impactos negativos no meio ambiente.

Tendo em vista todo o contexto citado acima, cabe a realização de uma pergunta: “Qual a relação entre Turismo e Meio Ambiente?”.

A questão do meio ambiente tem sido discutida e analisada por vários agentes interessados em conscientizarI-467-0250 pessoas sobre a questão da preservação ambiental como um fator determinante na perpetuação da vida em nosso planeta. Para o Turismo este tema é de suma importância, visto que ele depende do meio ambiente para existir.

Desta forma, o setor é acusado de que seus interesses estão apenas em lucros e perspectivas de curto prazo, não se preocupando, pelo menos como deveria, com a preservação ambiental.

Com o avanço da tecnologia e as conquistas trabalhistas iniciadas na metade do séc. XX, as pessoas passaram a viajar mais e aproveitar seu tempo livre (férias, feriados, recessos, etc). Este aumento na demanda por novos produtos turísticos tem causado certo grau de impacto (negativo e positivo) no meio ambiente, economia e cultura.

O meio ambiente influi na história, na economia, no idioma e no próprio caráter das pessoas que moram na localidade. Não se pode imaginar, por exemplo, o Rio de Janeiro e Recife sem praia e o Rio Grande do Sul sem os Pampas. Portanto, além desta importância na identidade cultural de um povo “o meio ambiente é também uma grande atração turística. A praia, a montanha, o pampa, a floresta, o pantanal, etc., atraem milhares de turistas todos os anos para o Brasil.” (SENAC, 2004, pág. 76).

É inegável a ligação do Turismo com o meio ambiente, pois uma grande motivação das viagens de turistas se manifesta pela “fuga” dos ambientes urbanos e poluídos, pela busca do contato com a natureza, isto é, um momento que lhes proporcione um tempo de vida mais saudável.

joaopessoa_x640x480x_1058132790 O meio ambiente é a matéria prima do Turismo. Para uma melhor compreensão sobre o que é o meio ambiente, segundo Holder (apud Dóris, 1997, pág. 19), como meio ambiente “entende-se a biosfera, isto é, as rochas, a água e o ar que envolve a terra, juntamente com os ecossistemas que eles mantêm.”

Mesmo sendo tão importante para a sobrevivência do ser humano, o homem só começou a despertar para o assunto no em meados do Séc. XX, segundo Pinto (1998), o marco histórico para o despertamento da preservação ecológica foi a Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente realizada em Estolcomo no ano de 1972. Desde então tem havido uma crescente preocupação com a necessidade de preservação do meio ambiente, ecológicos, economistas, políticos, juristas, têm tentado viabilizar mecanismos que promovam tal proteção aos recursos naturais.

A deterioração dos ambientes uranos pela poluição sonora, visual e atmosférica, além da violência e congestionamentos, têm feito com que as pessoas busquem uma fuga destes centros à procura de “locais verdes”, distantes de sua realidade, e nessas condições o homem passa a agredir o meio ambiente.

Esta agressão, segundo Dóris (1997), é advinda em grande parte pela falta de “cultura turística” dos visitantes, fazendo-os viverem de forma indiferente em relação ao meio que estão visitando. Pois entendem que estão em um “tempo sagrado”,  e este tempo os influencia a viverem da forma que querem, pelo fato de estarem pagando e longe de sua vida real.

Além desta falta de “cultura turística”, podemos dizer que outro aspecto importante na degradação do meio ambiente pela atividade turística tem sido causada pelo turismo de massa.

O turismo de massa, ou turismo popular, ocorre com o deslocamento de grande número de pessoas aos atrativos e equipamentos turísticos, e isto implica em certa “obrigação” destes equipamentos a se adequarem em função da nova demanda. Este crescimento de equipamentos e atrativos têm causado grandes transtornos, no sentido, da falta de planejamento e na expansão das atividades.

Cabe ressaltar que o turismo é visto como “vilão” da história, quando o assunto é degradação do meio ambiente, é verdade que a indústria turística quando planejada de forma desordenada e amadora produz resultados negativos, não somente no meio ambiente, mas também na localidade ou região em que está inserido. É por este motivo, que poderes públicos e privados devem andar juntos, as ações devem envolver tanto a comunidade, município, estado e representantes dos equipamentos turísticos.

057_ARRAIAL-DJUDA-ECO-PARK Com isso, podemos ver que a preservação do meio ambiente, pelo turismo, depende de políticas racionais de ocupação territorial pelos equipamentos turísticos, e do controle de seu crescimento desregrado. A negligência desta preservação podem trazer impactos sobre o meio ambiente que são percebidos  de forma regional, estadual, nacional e internacional.

A grande questão deste assunto reside no fato de conciliarmos a satisfação do turista – demanda – e a sustentabilidade – oferta. Para Swarbrooke (2000, pág. 94), para que ocorra o desenvolvimento de forma sustentável do turismo, isto é, que não agrida o meio ambiente, é preciso “criar novos produtos e conhecimentos que intensifiquem a experiência do turista e, ao mesmo tempo, cumpram os critérios de sustentabilidade.”

Dóris (1997) aponta alguns princípios gerais para o equilíbrio entre turismo e meio ambiente, que são:

  • Manter o equilíbrio ente proteção ambiental e a programação de equipamentos turísticos;
  • Não subestimar o caráter potencialmente agressor de qualquer forma de turismo;
  • Não pensar de forma genérica quando se fala em Turismo;
  • Evitar políticas protencionalistas ou liberais;
  • Criar estruturas legais em diversos níveis, que se aplicam a cada região e produto de forma diferenciada.
  • Incentivar uma nova visão entre turismo e meio ambiente;
  • Planejar a implantação e operação de equipamentos turísticos;

Mesmo que pareça utopia a aplicação destas diretrizes no Brasil, esta visão de Dóris vem acontecendo em países como Bermudas e na União Européia (SWARBROOKE, 2000).

CONCLUINDO

Através deste estudo podemos concluir que a atividade turística é de certa forma, agressiva ao meio ambiente, partindo do fato de seu vertiginoso crescimento, alavancado pelas conquistas trabalhistas, o avanço da tecnologia (invenção do carro, avião, trens bala, etc.) e de uma melhor qualidade de vida das pessoas.

No entanto, a degradação acontece quando há uma atividade turística desregrada e não planejada, onde tentando atender às necessidades consumistas dos turistas, os equipamentos acabam avançando a fronteira entre o equilíbrio da atividade e a preservação do meio ambiente.

Neste caso, a solução para estes problemas é a aplicação de um maior diálogo entre todas as partes envolvidas no Trade Turístico (setor público, indústria turística, voluntários, comunidade local, mídia, turistas), de forma a fazer com que a atividade surja de maneira planejada e sustentável, com políticas e ações que promovam o ideal da atividade, a preservação do meio ambiente e a satisfação do turista.

REFERÊNCIAS

DÓRIS, Rushmann, Turismo e Planejamento Sustentável: a proteção do meio ambiente. 14ª Ed. Pág. 65-75. Editora Papirus, São Paulo/SP, 1997.

PINTO, Antonio Carlos Brasil, Turismo e meio ambiente: aspectos jurídicos. 7ª Ed. Pág. 10 Editora Papirus. Campinas/SP, 1998.

SWARBROOKE, John, Turismo Sustentável: Meio Ambiente e Economia. 3ª Ed. Vol. 2, pág.22-27. Editora Aleph, São Paulo/SP, 2000.

SENAC, DN. Turismo no Brasil: um guia para o guia. Pág. 76 Editora Senac Nacional, Rio de Janeiro/RJ, 2004.

Deixe um comentário